27 dezembro 2017

HÉRNIA DE DISCO (Relato de caso)

HÉRNIA DE DISCO L5-S1

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 5,4 milhões de brasileiros sofrem de hérnia de disco. A doença se divide em quatro fases, de acordo com o seu grau de degeneração e comprometimento das raízes nervosas. Pode ocorrer em todos os discos vertebrais, acometendo mais a região lombar, seguida da região cervical (3:1). Atenta-se ao fato de que ela pode estar ou não associada a outras patologias da coluna. As fases de seu desenvolvimento são:



  • Disco intacto: O disco intervertebral tem como função principal a absorção de impacto, bem como permitir movimentos em diferentes eixos de rotação. Ele é formado por um núcleo pulposo (centro gelatinoso) e pelo ânulo fibroso (periferia rígida) que circundam o núcleo. Essas características anatômicas dão ao disco intervertebral a capacidade de absorção de carga e movimentação em diferentes eixos de rotação;
  • Abaulamento discal: Etapa inicial da patologia. O disco intervertebral começa a apresentar sintomas de envelhecimento e suas fibras (anel fibroso) apresentam fissuras que levam a uma forma de arco o disco intervertebral. Podemos utilizar uma câmara de pneu velha como exemplo, que perde a capacidade de manter sua forma natural e formam-se bolhas;
  • Protusão discal: Nessa etapa, o abaulamento do disco encontra-se mais proeminente, podendo atingir nervos, medula e saco dural. A doença está em uma fase mais avançada, normalmente acompanhada de inicio de degeneração discal, podendo gerar dor discogênica;
  • Hérnia extrusa: A hérnia de disco consiste em uma extrusão do disco vertebral, normalmente contendo o núcleo pulposo do disco intervertebral envolvido pelo anel fibroso já em estágio avançado de degeneração. As estruturas nervosas estão comprometidas pelo estreitamento dos canais por onde passam os nervos (estenose), medula ou saco dural (canal medular);
  • Sequestro ou Fragmento: Essa é a etapa mais rara da patologia, e consiste na ruptura total da parte herniada do disco intervertebral. O fragmento pode comprometer as estruturas nervosas, dependendo de sua localização.


MEU CASO DE 3 HÉRNIAS DE DISCO L5-S1

Vídeo de algumas etapas da minha primeira cirurgia - Microdiscectomia Lombar Minimamente Invasiva - executada em 12 de novembro de 2017 para a remoção de 2 hérnias de disco existentes no disco L5-S1. Onde pode-se notar as remoções, na seguinte ordem:
  • Vídeo 07 min. 15 seg. - da 2ª hérnia de disco de 4 cm que pressionava a cauda equina pelo lado direito surgida em Gana no dia 07 de novembro de 2017;
  • Vídeo 09 min. 18 seg. - subsequentemente da 1ª hérnia de disco de 1 cm de extensão, mais antiga, que pressionava o nervo ciático do lado direito.
A situação denotava a necessidade de cirurgia urgente. Fui transportado de avião urgentemente de Gana para o Brasil, para passar pelo procedimento cirúrgico no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no Morumbi.

Descrição do momento da remoção da 2ª grande hérnia de disco L5-S1, de 4 cm de extensão. Pode ser vista no vídeo acima. Detalhe da mesma hérnia na ressonância magnética.

Essa foi a maior das hérnias, com mais de 4 cm de extensão, removida nesse primeiro procedimento cirúrgico de Microdiscectomia Lombar Minimamente Invasiva.

Ressonância magnética de 25 de setembro de 2017, na cidade de Acra, em Gana, África; logo após a ocorrência da 1ª hérnia de disco L5-S1, de 1 cm de extensão, que pressionou o nervo ciático pelo lado direito.

Ressonância magnética de 08 de novembro de 2017, na cidade de Acra, em Gana, África; logo após a ocorrência dessa 2ª grande hérnia de disco, L5-S1, de 4 cm de extensão, que pressionou a cauda equina pelo lado direito.

Laudo da ressonância magnética de 08 de novembro de 2017, feito em Acra, Gana, África. Antes da viagem de urgência e cirurgia feita no Brasil em 12 de novembro de 2017.

Tabela com a cronologia dos acontecimentos referentes ao meu problema com o Disco L5-S1, as 3 hérnias e as 2 cirurgias.


PROCEDIMENTO CIRÚRGICO - MICRODISCECTOMIA LOMBAR MINIMAMENTE INVASIVA

A discectomia lombar é uma cirurgia que envolve a remoção de todo ou parte de um disco intervertebral danificado ou doente para aliviar a pressão sobre o nervo espinhal na coluna lombar, que é a parte inferior das costas. Em alguns pacientes, este procedimento pode ser realizado através de técnicas cirúrgicas minimamente invasivas.

O que é uma discectomia lombar minimamente invasiva?

A discectomia lombar é um procedimento cirúrgico que alivia a pressão exercida sobre as raízes nervosas e/ou a medula espinhal por um disco ou por protuberâncias ósseas na região lombar – uma condição conhecida como compressão da raiz nervosa.

O termo lombar diz respeito a cinco vértebras da parte inferior das costas. Os discos têm consistência esponjosa, funcionando como verdadeiras “almofadas de cartilagem” entre as vértebras. Numa discectomia lombar, o cirurgião acessa a coluna lombar através de uma incisão nas costas na altura dos níveis vertebrais a serem tratados e remove todo ou parte do disco ou material ósseo que está pressionando os nervos e causando dor. Assim, por eliminar a compressão da raiz nervosa/nervo, a discectomia lombar é considerada um procedimento descompressivo da medula.

Em alguns casos, o cirurgião pode optar por realizar esse procedimento usando uma abordagem minimamente invasiva.

A cirurgia da coluna tradicional, aberta, envolve o corte ou dissecção dos músculos da coluna vertebral. Já a cirurgia minimamente invasiva requer uma pequena incisão ou incisões e dilatação do músculo, permitindo que o cirurgião separe os músculos ao redor da coluna vertebral, ao invés de cortá-los.

Por que eu preciso deste procedimento?

A discectomia lombar minimamente invasiva pode ser recomendada para aliviar a pressão exercida sobre a medula espinhal ou sobre suas raízes nervosas. Em geral, a cirurgia da coluna é recomendada quando o material do disco intervertebral ou ósseo está pressionando ou pinçando esses elementos neurais e você está enfrentando:
  • Dor nas pernas que limita suas atividades diárias normais
  • Fraqueza ou dormência na(s) perna(s) ou pés
  • Função intestinal e/ou vesical prejudicada
Como é realizada uma discectomia lombar minimamente invasiva?

A operação

A operação é realizada com o paciente deitado sobre o seu estômago.

Descompressão

Depois de uma pequena incisão, os músculos da coluna são dilatados, ou levemente separados, e um espaçador tubular é inserido para criar um portal, através do qual o cirurgião pode realizar a cirurgia. Através do afastador tubular, uma porção da lâmina (o elemento vertebral ósseo que cobre a porção posterior do canal espinhal) é removida para expor a região compactada da medula espinhal ou da raiz do nervo.

A pressão é aliviada através da remoção da fonte de compressão – a totalidade ou parte de um disco herniado, com uma saliência áspera de osso chamada “esporão”, ou em alguns casos, um tumor.

Encerramento

A pequena incisão é fechada, o que normalmente deixa uma cicatriz mínima.

Quanto tempo será necessário para a minha recuperação?

Seu cirurgião terá um plano de recuperação pós-operatório específico para ajudá-lo a voltar ao seu nível de atividade normal o mais breve possível. Após uma cirurgia minimamente invasiva, você pode notar uma melhoria imediata de alguns ou de todos os seus sintomas, mas há sintomas que podem melhorar de forma mais gradual.

A duração da sua internação hospitalar dependerá de seu plano de tratamento. Normalmente os pacientes passam por um curto período de internação no hospital, até o final do primeiro dia após a cirurgia. Seu retorno ao trabalho vai depender de como o seu corpo reagirá, bem como do tipo de trabalho/atividade que você pretende voltar a desempenhar.

É importante que você colabore com o seu cirurgião e siga as suas instruções, para que ele determine o protocolo de recuperação mais adequado para você e para otimizar o processo de cicatrização.

Para definir se você é um candidato para uma discectomia lombar minimamente invasiva, converse com o seu médico.

Existem potenciais riscos ou complicações?

Os resultados são individuais e podem variar de paciente para paciente. Complicações como infecções, danos aos nervos, coágulos de sangue, perda de sangue e problemas de bexiga e intestino, além das complicações associadas à anestesia, são alguns dos riscos potenciais da cirurgia da coluna vertebral. Um risco inerente à fusão vertebral é a falha do enxerto ósseo vertebral em fundir adequadamente, o que pode requerer cirurgia adicional.

Por favor, consulte o seu médico para obter informações acerca das indicações, advertências, precauções, eventos adversos, resultados clínicos e outras informações médicas importantes que dizem respeito à discectomia lombar minimamente invasiva.

O material contido neste site tem caráter apenas educativo. As informações aqui encontradas não podem substituir a avaliação do seu médico assistente. Para diagnóstico e tratamento adequados, consulte um especialista no assunto.


ILUSTRAÇÕES SOBRE A COLUNA VERTEBRAL, A REGIÃO LOMBAR E PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO DE HÉRNIA DE DISCO

Fases do processo de desenvolvimento de hérnia de disco na região lombar.

Comparação de disco normal e caso de hérnia de disco extrusa na região lombar.

Região do nervo ciático, e região da cauda equina.

Região de dor oriunda de hérnia de disco lombar, sendo irradiada por toda a perna devido à pressão sobre o nervo ciático atingido.

Detalhes sobre vértebra da região lombar, e especificamente uma hérnia de disco L5-S1.

Mapa com a identificação de todas as vértebras existentes - regiões: lombar, torácica e cervical.

Coluna vertebral: carta de reflexologia.

Estrutura da coluna: 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, sacro e cóccix.

VÍDEOS / VIDEOS

Introduction to the Central Nervous System - UBC Neuroanatomy Season 1 - Ep 1 - UBC Medicine - Educational Media.

Introduction to the Spinal Cord - UBC Neuroanatomy - Season 1 - Ep 2 - UBC Medicine - Educational Media.



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